domingo, 28 de novembro de 2010

Mamadeira de plastico faz mal ou não?


Desde a década de 1990, discute-se se o bisfenol-a, composto químico que dá maleabilidade ao plástico, prejudica mesmo o desenvolvimento infantil. A substância é liberada no alimento quando a mamadeira é aquecida e pesquisas feitas em animais sugerem que ela imita o efeito do hormônio feminino estrogênio.


As pesquisas sugerem que as consequencias do bisfenol-a seriam: problemas no aparelho reprodutor (diminuição dos testículos e puberdade precoce), predisposição para câncer, diabetes e hiperatividade.



Pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (Estados Unidos) analisaram por uma semana o nível de bisfenol na urina de 77 participantes que tomaram líquidos em garrafas de plástico. O resiltado foi: A concentração dessa substância na urina foi alto, chegando a 69%. Para os pesquisadores a situação seria mais grave quando o plástico é aquecido, ou seja, quando aquecemos a mamadeira e os potes de plástico.


A discussão chegou ao Brasil. Dar ou não dar mamadeira de plástico?


Para os especialistas não há motivo para se desesperar, mas também não faz mal se precaver: Se desconfiar de algum produto opte pelo vidro, só que cuidado, além de não serem práticas as mamadeiras de vidro podem quebrar.


A ANVISA diz que não há motivos para se preocupar, pois o uso do bisfenol-a dentro da quantidade estipulada pela lei (0,6 mg/Kg ), não é perigosa.


O GOVERNO AMERICANO também acha que não há motivos para tirar as mamadeiras de circulação. Após analisar estudos do FDA (ag~encia que regula produtos alimentícios e farmacêuticos), eles deduziram que a quantidade e o tempo de exposição humanaao bisfenol-a não apresenta riscos. A substância é rapidamente metabolizada nos intestinos e fígado antes de cair na corrente sanguínea, sendo completamente eliminada pela urina.


No Canadá, mamadeiras feitas com a substância estão proibidas. Na Califórnia, duas grandes redes americanas de lojas (Wal-Mart e Toys "R" Us) analisam seguir o mesmo exemplo. Ao lados deles, estudos como os da Yale School of Medicine (EUA) e da Universidade de Guelph (Canadá) descobriram que o bisfenol-a causa perda de conexão entre as células do cérebro, gerando problemas de memória e aprendizagem.


No Brasil além de falta de alternativas, as mamadeiras de plástico, as informações sobre o material usado nelas são escassas, uma vez que não há obrigatoriedade de colocar o nome da susbstância na embalagem. Para diminuir o contato com o bisfenol-a, você pode:



  • Importar mamadeira sem a substância. Normalmente, o bisfenol-a está presente no plástico número 7 (você identifica no fundo do produto). Opte por números inferiores, como 3 ou 5 (normalmente, mais focos). A de número 5 é feita de polipropileno.

  • Não aqueça a mamadeira de plástico nem no microondas nem ao banho-maria. Melhor esquentar primeiro em um recipiente de vidro ou porcelana e, apenas depois, passar para a mamadeira.

  • Deixe o alimento o mínimo possível dentro do recipiente

  • Renda-se ao vidro, mas fique atento enquanto seu filho o manuseia

  • O momento da esterilização também pode liberar a substância, mas é necessário para garantir a limpeza da mamadeira. A saída, então, é esperar o recipiente esfriar, lavar em água corrente filtrada e, apenas depois, colocar o alimento na mamadeira.

Fontes: Anvisa: Pedro Germano, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, em São Paulo (SP); Fernando Goulart, pesquisador tecnologista em qualidade do Inmetro, no Rio de Janeiro (RJ).